Overdose
E eu te reencontrei no lugar mais inesperado. Experimentando os batons nude da loja e você apareceu. Ouvi sua voz me chamando e vi seu reflexo no espelho. Você estava lá do meu lado esperando que eu te respondesse.
A surpresa tomou todos os meus sentidos, eu fiquei estática, era você ali, bem ali do meu lado. E eu achava que tinha te superado, estava completamente enganada; você libertou tudo que estava preso em um lado oculto do meu coração, tudo que eu achava que não exisita mais dentro de mim.
— Carol, Carols — a minha voz soou abafada pelas emoções, eu parecia tão rídicula naquele momento, tão sem graça perto de você. Tão estranha.
Pela primeira vez eu tive a vontade real de abraçar alguém, abraçar bem forte e nunca soltar, porque era você lá, e você era a única pessoa que me fazia sentir coisas que eu nunca havia sentido com grande intensidade.
Eu te abracei, um abraço fraco, meus braços não tinham força para te apertar, eles ainda estavam tentando provar que você não era só uma ilusão.
—Você cresceu — eu comentei sem graça, você tinha mudado, e ao mesmo tempo parecia a mesma pessoa pela qual eu me apaixonei e pela qual eu sentia que ainda estava apaixonada.
Você riu com minha afirmação, comemorou de brincadeira. Você estava mais alta que eu, o que eu ia fazer agora? Como eu ia te abraçar e te proteger como antes? Eu tentei pensar nisso, mas eu sabia que idependente da altura eu não ia estar lá pra ser seu escudo.
Conversamos coisas idiotas, mas eu sabia que você ia se despedir depois de dois minutos, sabia que você iria voltar a caminhar no shopping, porque estavam te esperando. Eu não queria isso, não te queria longe de novo, não quando eu te tinha tão perto.
Mas chegou a hora de nos despedirmos, doeu, doeu demais, porque eu que tive que tomar o primeiro passo. Eu tinha que ir porque eu sabia que se ficasse mais um pouco eu não ia conseguir me afastar mais, você era como uma droga, mesmo depois da reabilitação ao chegar perto de você eu sentia o vício inundar minha cabeça., o meu corpo.
Eu te abracei forte na despedida, abracei forte de mais, você retribuiu o aperto, preferiria que você não tivesse feito isso, porque ia ficar mais difícil de eu me soltar depois.
Eu estava cheia, lotada de você. Era demais para mim, eu iria transbordar de emoção, então eu me separei de você. Demos tchau e você virou e começou a andar eu continuei te olhando.
Sabia que aquela era a última dose que eu tinha de você, iria demorar para eu te encontrar de novo; mas ao mesmo tempo em que minha mente queria esquecer aquele curto momento para me poupar do sofrimento, ela se prendeu naquela lembrança e de modo que ficava óbvio que eu nunca iria esquecer aquilo.
Você, você me faz esquecer de cada pessoa que eu penso que já amei, ocupa toda minha mente de forma que é impossível te esquecer definitivamente. Você é meu sofrimento e minha alegria, e eu já tinha me contentado com isso, que te ver novamente só me traria desespero. Mas eu não ligo mais, não ligo se o momento irá durar cinco segundos ou mil anos, eu só quero você de novo, você comigo. Não importa o quanto eu vá sofrer depois. Porque por mais que eu meu corpo transborde pelos pensamentos e sensações causadas por você, eu sempre vou querer mais, e mais.
Porque seu amor é meu vício,minha droga, e eu estou disposta a morrer de overdose
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