Eu te odeio

É estranho, do nada você começa a odiar alguém que simplesmente amava. 
Aconteceu, talvez sem motivo e de repente, mas olhar para o seu rosto causava angústia e a menção do seu nome desconforto. 
É difícil explicar, porque as pessoas simplesmente não entenderiam, e nem você entenderia.
Então eu continuo rindo contigo, conversando e sorrindo como se dentro de mim eu não sentisse um lobo me rasgar querendo libertação. 
Os momentos que começamos a compartilhar não deixavam de ser divertidos, mas eram superficiais, não era algo que eu queria lembrar, porque eu gostava do momento, mas não da pessoa com quem eu compartilhava ele. 
E tão de repente como eu comecei a te odiar eu comecei a odiar o fato de que ninguém sentia o mesmo que eu, que ninguém via o que eu via, mesmo que eu não visse nada. Que as pessoas continuassem lá com você. 
Mas quem era eu pra julgar? Mesmo te odiando eu também estou com você. 
E é uma droga porque eu sou coração mole demais ou eu simplesmente não quero ser vista como um monstro (acredito mais na segunda opção) e não consigo dizer o quanto eu te odeio, o quanto te quero longe de mim.
É uma droga porque eu fico ao seu lado fingindo. Fingindo gostar de você, fingindo não me incomodar com cada merda que sai da sua boca, fingindo não querer te enforcar quando você fala comigo. 
É uma droga porque eu tô afundando nisso e nem te levar junto eu consigo. 
Ou talvez eu nem queira te levar junto. 
Talvez eu não te aguentaria se você fosse junto.

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